quarta-feira, 24 de junho de 2009

DOIS COPOS DE UÍSQUE, NÓS ABRAÇADOS CANTANDO QUALQUER BOBAGEM, TE AMO.

Ficar insistindo em dizer ambigüidades baratas e clichês. Um tempo, minhas 25 horas. E para não ser tão atemporal, uma xícara de chá bem quente com açúcar. Mas por favor, não se esqueça de pensar em mim quanto for se deitar. Atemporal, sim. Meloso e atemporal. Nada mais inóspito do que sentimentos sentimentais demais.

Quero mesmo é falar da foda da semana passada. Do jogo de futebol do domingo ou até mesmo daquele transtorno bipolar. Não. É demais. Questões psíquicas me atingem de uma forma covarde, tenho vontade de abraçar e nunca mais soltar. Falemos então só da cerveja depois do serviço que nunca foi serviço, talvez, também, da nova banda de punk-rock-metal-melódico-anarquista. Pronto. E acaba o dia e teremos outra discussão de como será a melhor posição para ambos.

Tá, eu não consigo. Prefiro tentar abrir a boca e te contar de mim como se você fosse meu papel amassado e em branco. Fingir que você ainda não criou o seu mundo e fingir que eu sempre fiz parte dele. Futuro. Nós dois. Cebola, alho, Raul Seixas no toca fitas, rosas. Sal, água, sal, água. Mas mesmo assim você nunca desmaiou dentro do ônibus, e eu nunca vi o que você sempre vê. Entretanto meus óculos vermelhos nunca sairão da estante. Vou sempre pedir o seu isqueiro, vou sempre arrepiar os pêlos quando sua boca quente me tocar. Vou sempre imaginar você me abraçando na hora de dormir pra ver se o meu medo do escuro passa. Adoro carimbos, cartas, remetentes e o tom de sua voz. Ainda sonho, afinal, com o óleo, as panelas queimando com a cebola e o alho e a gente cantando um rock antigo no fundo do nosso quintal.




Bianca Azenha



3 comentários:

. disse...

Recordações boas..
Beijos

Anônimo disse...

poxa, chorei. =/

Jaquelyne Costa disse...

"Tempo amigo,
seja legal,
conto contigo
pela madrugada..."