terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ana III


FOTO/DESENHO: Bianca Azenha
Não acordava e era difícil saber se era sonho ou pesadelo ou até mesmo realidade. Faltava um pé na cabeça de Ana para um passo definitivo. Andar para frente, ficar ou cair de uma corda que a separava de muitas decisões. Talvez ainda fosse uma criança com medo do escuro, mas o escuro agora era aquela coisa sem vida. Não mais cheio de monstros e fantasmas, quem dera fosse assim, ou talvez ainda seja assim. Pensava em ser o personagem de um livro, pensava como era ser deus, pensava na morte. A cabeça de Ana roncava como o estômago quando com fome. Precisava da vida. Precisava de idéias. Não sentia o sangue bater no coração, estava dormente, o sulco, as veias e artérias. Sentia saudades da época que tinha insônia, aqueles batimentos muito altos, muito. Dormia, dormia. E ainda continuava aleijada, só não se sabia até quando. E Ana andava e Ana mancava. Sentia-se coxa das idéias e sentimentos, se corresse era dor, se parasse, caia. Ana era Ana? Mas eu sei, ela só queria as luzes acesas e um copo d’água ao lado do colchão...
"Ana, seus lábios são labirintos, Ana"
(Engenheiros do Hawai)

Bianca Azenha

3 comentários:

Hugo de Oliveira disse...

ótimo texto viu...
me linka ai ao seu blog...vai.

abraços

Hugo

Ahab disse...

Bom... O texto pareceu-me um tanto melancólico. Agora não entendí o "Ana III".

Direto do Rio.
Beijos.

Poeta Mauro Rocha disse...

Ola!! Gostei e gosto dessa música do Engenheiros. Bjs