sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pensei que o doce realmente fosse doce, mas foi um sabor meio amargo, meio nada, quase sem gosto, outrora com gosto demais, firme. Eram tardes, poucas noites. Muitos risos com cerveja, muitas falas. Mas ao telefone lágrimas e pessoalmente, lágrimas. Mais choro do que tudo. Esperava mais, um pouco menos. Talvez foram mais demais. Muitas linhas grudadas, enroladas, embaraçadas. Embaraçoso. Aí cansei de escrever sobre Marias e Anas. Escrevi sobre mim, sem pseudônimos, sem facetas, sem. Palavras, palavras, letradas. Tudo no papel pra não se perder e não cansar muito os ouvidos. Pra não embebedar também, em excesso, a voz - um pouco rouca, um pouco com dor de cabeça e cansada demais pra falar. Só que quase não falava, quase sempre nunca falou. Achava pesado demais falar, aquele ar saindo das cordas vocais, vocal, estranho ao corpo. Mas com ele era diferente, gostava bastante. E sempre achava as coisas complicadas. E quando descomplicava, complicava de novo. Talvez era só pra me ver falar, e aí eu arranjava forças e gritava. Alto, grave. Profundo. Mas me enfastiei e aceitei. Mulher sem nada, só mulher. Mulher só.

Nenhum comentário: