sábado, 11 de abril de 2009

TALVEZ A BOEMIA


O cheiro refrescante dos cachos dourados. A pele alva e o rosto pálido refletiam a mulher desejada pelos poetas românticos. Ouvia no rádio um som triste e belo de algum cantor esquecido da década de 50. Tentava rabiscar algumas sílabas rabiscadas de poesia. Tantas folhas amassadas no chão e guimbas de cigarro espalhadas pela casa. Lembrava da velhice que nunca iria ter. Vestia uma meia calça preta furada e uma mini-saia jeans. O corpo que estava ao teu lado, ainda quente depois de um dia e noite inteiras de orgias, respirava calmamente. Ela, inquieta, decidiu abrir uma garrafa de vinho barato. Consentiu por não poder desfrutar de um futuro distante, tomou um gole demorado da bebida e tentou não pensar em nada. Desistiu dos lápis e folhas que não delineavam nenhuma idéia. Resolveu deitar na cama e fechou os olhos decidindo não sonhar naquele início de manhã.

Bianca Azenha

4 comentários:

Maria disse...

Texto excelente, menina!

Meu beijo

Jaquelyne Costa disse...

Excelente mesmo!Mas um pouco melancólico eu diria...

Um beijo, Bianquita!!
Ainda vou lhe ver numa noite de autógrafos!!!Vc vai lançar um maravilhoso livro de prosa!!!

Paulo Roberto! disse...

Adorei, a melancolia
é linda nesse texto!!

Como sempre
uma excelente artista,
o meu sumiço
não quer de maneira
nenhuma
dizer que
não aprecio mais!

Como sempre,
possuis um belo cantinho!

Abraços!

Paulo Roberto! disse...

Querida,
tem no meu blog,
um presentinho meu pra vocês,
fiz um ano de blog,
e não poderia me esquecer jamais
de quem significa um degrau
na minha subida poética...

Você é e sempre será
importante
pra mim,
receba como presente meu selinho
pra você!

Abraços mocinha!