quinta-feira, 26 de março de 2009

É difícil entender o que é “acabar”. Termina-se de escrever um texto e você vai lá e coloca um ponto final. Mas quando lê todas aquelas palavras novamente... reticências. Escreve-se mais uma frase ou um período insignificante. Tenta acabar, mas nunca fica bom. Então vem aquela onda de nostalgia por não ter gostado do que saiu. Por não ter gostado daquele beijo, por querer ter continuado, mas inconscientemente desenha-se um ponto final. Aquele ponto que se faz tão cuidadosamente que vira um círculo só pra se ter a certeza de que chegou ao fim bem desenhado. Bonito, mas errado. E o mais interessante é quando você conclui (na introdução) e depois de meio parágrafo escrito, sem nenhum argumento, não tem mais o que escrever. Porque escreveu o fim rápido demais, quis tudo rápido demais e acabou rápido demais. E sequer sentiu o gosto do azedo que é um texto longo, sequer sentiu a pele, o toque do sexo, do ápice de uma história impura que existe numa folha de papel preenchida. E não existem fórmulas, feche os olhos e pronto. Feche os olhos porque o final da história está lá em cima e o papel já foi impresso e publicado com a narrativa toda. Feche os olhos porque a efemeridade está mais do que no sangue, está mais no que nas palavras, está no corpo, no orgasmo e no amor que se pensava que era amor. Apague a luz e ponto final.
(Bianca Azenha)

7 comentários:

¨¨Édna¨¨ disse...

Ai é sempre tão lindo vir até aqui e ler todas as coisas que tu escreves, sempre com tanto talento, tudo tão bem escrito, as palavras sempre tão bem usadas, bem escolhidas. Um testo Bem Acabado!
beijossss

Maria disse...

"E no amor que se pensava que era amor."

Já ví isso acontecer. Tá td tão efêmero, e tão sem graça =/

Meu beijo

Poeta Mauro Rocha disse...

Já dizia Drummond: "Nem era amor aquilo tudo o que pensava"

Muitas coisas são díficeis, mas todo fim tem um começo.

Um ótimo fim de semana.

BJS

Abraão Vitoriano disse...

meu amor,
voltas de uma "batalha" com a beleza de Afrodite e a força de Joana Darck...

seu fragmento diz muito de mim...

"e se eu fosse um ponto
eu não seria..."

beijos

Poeta Mauro Rocha disse...

Ola!! Venho aqui fazer uma campanha, o meu amigo Rodolfo Lima do blog Dogmas (http://do-gmas.blogspot.com/) esta concorrendo a prêmios no blogue Traços De Um Homem (http://tracosdeumhomem.blogspot.com/2009/03/tracos-golden-awards-apresenta-os.html) ( http://tracosdeumhomem.blogspot.com)O Dogmas está
concorrendo na categoria BLOG REFLEXIVO. Vamos votar nesse blog, ele merece.

Um abraço!!!

Meg Macedo disse...

Olá, no meu blog tem uma surpresinha para vc.. estou comemorando 1 ano de existência e aproveito para agradecer o carinho de todos.

www.diarioalicewbrasil.blogspot.com

Ass: Meg Macedo.

Marcus Alencar disse...

É triste e trágico se pensarmos que toda história tem seu ponto final porque é uma certeza tão parecida com a morte em si. Mas nem todo fim é um fim mesmo, pois algo acaba para o inicio de outro mesmo que a gente não queira. Acho que viajei um pouco, adorei o seu texto, beijos.