MACRO
Usar o mínimo de palavras possíveis. Porque no ódio tem-se que ser singular. O mínimo, sempre o mínimo. A obesidade de frases gera mais conflitos. A nuvem parece seca e cinza, mas não há nada demais. Pensa-se às vezes que o amor existe. Não. O que existe é o sentimento de depressão que percorre pelas veias e vicia. O amor é a base sólida para a ilusão, carinhos de mãos enferrujadas, de bocas vomitadas, é a própria certeza de nãos se sentir mais, porque nunca sentira. Então se cala, diz que está tudo bem. Usa-se frases curtas, gestos poucos obscenos. Só pelo conforto da segurança da quase ausência de palavras. Olha-se para o céu, finalmente permite-se olhar para o céu. Aquele batom vermelho que nunca foi usado finalmente toma forma numa boca nua. Os livros casam-se com o lixo, os poemas outrora dedicados misturam-se à sujeira do significado amor. E o blues só é permitido com um trago e um gole de algum wisk barato. O primeiro cigarro da noite embebeda os pulmões fracos de tantos soluços. Senta-se na esquina incompleta do romantismo. Em textos parnasianos descreve-se para sempre. E a morte acha o par perfeito para o cheiro agridoce da essência de algum bicho castrado. Amor.
Bianca Azenha
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14 comentários:
Adorei!Adorei o pensamento de que no ódio tem-se que ser singular, e pior que é mesmo e a gente nunca para pra pensar.
Muito bom=)
Bianca!Eu gostaria muito de ter essa força da prosa que você possui!!
Parabéns, menina!!
Muito bom!
Adorei o trecho: "Usar o mínimo de palavras possíveis. Porque no ódio tem-se que ser singular. O mínimo, sempre o mínimo. A obesidade de frases gera mais conflitos. A nuvem parece seca e cinza, mas não há nada demais. Pensa-se às vezes que o amor existe. Não. O que existe é o sentimento de depressão que percorre pelas veias e vicia. O amor é a base sólida para a ilusão, carinhos de mãos enferrujadas, de bocas vomitadas, é a própria certeza de nãos se sentir mais, porque nunca sentira."
Beijos, Bianquita!!
"O amor, sempre o amor, que move as montanhas, enlouquece as entranhas, o amor..."
BJS
Amor... Ódio...
Não existe amor quando há apenas uma pessoa; a solidão, sim existe... Os sonhos são distorcidos pela brisa; pelo lírismo das palavras; já o ódio não...
O ódio tem simplicidade de querer apenas palavras objetivas, curtas; mas que tenham um valor devastador quando baterem dentro do peito...
Amei, Flor..
Tuas Prosas são muito envolventes, sensuais como uma dança do fogo; como um amor, que vem, e chega bobo...
Sem Palavras !!
[Aplusos]
Beijoss, Otimaa Semana..
Tem selo e uma homenagem lá no blog..
beijão
Ei menina-luste
ou você sumiu ou não andei mais...rs
mas só de ler este fragmento maravilhoso já te sinto um pouco...
você "liquidifica" culto, ternura, aspereza e o cheiro de tardes de domingo...
Mil beijos!
fica com Deus!
Texto intenso, impregnante. Gostei.
Beijos doces.
Ola!!O amor, sempre o amor.Gostei do texto. Fiz um poema em homenagem as mulheres e seu dia, espero que goste.
Um abraço!!
Lindas figuras em meio à confusão de si mesma!
adorei seu texto!!! o amor sublime, amor!!! ele move a vida...
parabens duplamente, pelo blog e pelo dia internacional da mulher.
abraços
ps:aguardo sua visita.
Interessante seu blog..mas nao vi ainda a blogagem coletiva...
abraços
Olás!
Vim aqui por causa da blogagem coletiva. Não era o texto ainda, mas melhor pudera ser, este aqui é bom demais, demais. Curti absurdamente. Queria trocar idéias sobre ele, sobre vc.
um abraço!
Hey, venho aqui lhe informar que você ganhou o selo “Melhor Texto de Março” com o texto “Macro”...
Este é o link: http://adolescencte.blogspot.com/2009/03/melhores-textos-de-marco-de-2009.html
Passe em meu blog e o pegue...
Lembro-lhe que para ganhar o selo do mês de abril haverá algumas regrinhas.... caso queira participar procure a postagem “Como ganhar o selo melhor texto de abril”...
Qualquer duvida nos deixe um comentário...
Abraço
bom comeco
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